Deus onde estás? Resumo e crítica do texto de Carlos Mesters

18/06/2012 23:48

Resumo

O autor compara a bíblia a um álbum de família com fotos de acontecimentos importantes e de outros menos importantes. A lente que usamos na confecção e observação dessas fotos pode modificar a forma de ver a foto.

Os cristãos tomam a bíblia como instrumento de ajuda na busca pelas respostas às perguntas que a vida oferece. O povo bíblico é um modelo de ação que, tendo dado certo, tem a garantia de Deus. Efetivamente, conhecer os fatos do passado ajudam a entender o presente e o futuro.

Dependendo do tipo de pergunta feito ao texto bíblico, teremos acertos ou defeitos. O defeito são as perguntas que são feitas ao texto bíblico. O defeito se dá quando a conhecimento da Bíblia está desconectado da vida e se preocupa basicamente com o que aconteceu no passado, sem se observar o que acontece hoje.

O autor não tem a intenção de escrever sobre o paraíso da forma como o vemos. Ele não se preocupa em ver o passado como passado, mas está preocupado na situação em que está no presente, pois o futuro é que corre riscos.

O mal é apontado, de forma que o leitor descubra o origem desse mal. Além disse, o autor tentar mostrar aos seus irmãos a respeito da culpa que eles possam ter, despertando-os para que enfrentem o mal pela raiz, transformando mal-estar em bem-estar. O autor também mostra que a ação transformadora é possível pois a força que a garante é maior que aforça que mantem o mal-estar. Por vez, ao olharmos o passado, evitamos os erros no futuro.

Quando Caim mata Abel, inaugura-se um momento de redução da fé. A humanidade começa então seu processo de deterioração.

A solução que o autor propõe contra o mal não é revoltar-se contra o mal, mas lutar para que ele desapareça. O mal não determina o fim do paraíso. Ele existe, guardado, de modo que o mal existente na natureza humana não o invada.

Deus estabelece homens a partir de Abraão que serão fundamentais para que que seja estabelecido o paraíso e construída a paz total, sendo um povo que vie com Deus, condena magias e ritualismo vazio, não domina, seve. É para este povo que o autor escreve na tentativa que esse povo saiba o que significa pertencer ao povo de Deus. Deve ser um povo que resiste e transforma, mantem a esperança pela vontade de Deus que quer o bem. Jesus, o “novo Adão concretiza finalmente o projeto de Deus a respeito do paraíso.

Se o paraíso é um mito ou uma realidade, depende de qual lente usaremos para reconhece-lo como lugar. Se a lente for histórica, perderemos a melhor parte da mensagem de fé descrita na narrativa do paraíso. O paraíso é uma realidade a partir da harmonia descrita e garantida pelo poder de Deus

Ao descrever o personagem Abraão, Mesters mostra o plano de Deus para uma redenção universal. A caminhada de Abraão nos mostra que é preciso caminhar e encaminhar a vida em direção a Deus. Na história de Abraão, o reator do texto bíblico pretende ensinar um aforma de se encontrar Deus.

No lugar entender o relato do Êxodo com uma lente cientifica, é mais lógico entende-lo com uma lente de fé, que percebe Deus como libertador, como alguém que se interessa em resgatar os desvalidos e oprimidos pela religiosidade. Muito mais que descrever, o relato do Êxodo interpreta o fato vivido.

Crítica.

A longo da minha existência fui levado apensar que o texto bíblico relatava todas as verdades possíveis. Este posicionamento é abandonado a partir do momento que, ao se deparar com a ciência, percebemos as tensões entre o texto e o que se conhece a cerca da história da humanidade.

Mesters resgata a importância do texto bíblico, não como narrativa histórica, mas como uma narrativa de fé. Essa abordagem é necessária porque nos faz entender o texto em seu contexto, não o classificando como relato histórico, e por conta disso, não o colocando numa perspectiva acima do qual ele foi escrito.

O texto é claro, e utiliza-se de elementos do cotidiano para explicar a formação de todas as coisa. Mesmo sendo um texto de fácil leitura, o texto é rico em argumentação de modo a deixar claro de que forma a narrativa bíblica deve ser entendida.

É muito claro em reforçar a ideia de que a narrativa bíblica não deve ser vista como conteúdo histórico, mas como conteúdo de fé. Se visto pelas lentes da história, a narrativa tem seu valor diminuído, pois o propósito do autor é sobretudo falar dos tempos distantes, diferentes dos tempos em que ele está escrevendo o texto.

O autor de forma bem clara e fácil mostra que todas as outras narrativas e não só a narrativa da criação, não estão preocupados com o fato histórico. A preocupação é mostrar o cuidado e ação de Deus na história da humanidade.

É fácil perceber que o texto de Carlos Mesters é bem elucidador no sentido de que ele não foca a fé para falar da história e não foca o fato histórico quando precisa falar da fé.

Um dos momentos em que ele deixa claro este fato, é quando escreve que o paraíso não é a descrição de como era o mundo, mas a descrição de como deveria ser. Sendo assim, o paraíso é muito mais que um lugar geograficamente estabelecido, mas sobretudo, é a expressão como Deus é justo e verdadeiro, pois sua pré-ciência não impede que ele crie um lugar de primeira qualidade, para uma humanidade que preferiu não ser de primeira. No paraíso não há diferenças de sexo, a terra produz abundantemente e o trabalho não e fadigante. Há um total equilíbrio na natureza e em todas as coisas criadas. O autor denuncia então que algo fora mudado e tenta denunciar os responsáveis pela mudança.

A abordagem clara e direta do texto, faz com que sua leitura, além de fácil, o que não é muito comum em textos de Teologia, seja rica, possuindo nomenclatura de fácil entendimento, sem contudo se tornar um texto pobre de conteúdo.

A forma como Mesters descreve sobre a dúvida sobre o paraíso como mito ou realidade é muito interessante. Muito mais que provar a existência de um lugar, ele mostra a harmonia existente nesse lugar. É interessante o modo como ele mostra que muito mais do que privar o homem do acesso ao paraíso, Deus dá ao homem a chance de viver no paraíso hoje, mostrando que o paraíso existirá de fato quando nós quisermos que ele exista e trabalharmos para que ele exista.

Mesters também enriquece o seu texto quando fala que a figura da criação do homem a partir do barro, significa que o homem nas mãos de Deus é como uma peça que pode ser moldada e refeita, sendo o homem, em si, dependente do criador e fraco em sua estrutura.

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sobre o livro deus estas

braz augusto de menezes | 23/10/2013

é muito importante este livro que trata da luta de um povo que somos seguidores de forma populas, simple entendida pelos membros das comunidades poristo estou usando para conversas nas comunidades de barretos-sp, muito obrigado por este livro que muitos nos ilumina sobre os fatos da biblia

Ao resumo e crítica de "Deus onde estás"

Antonio Lima - Manaus | 16/07/2012

Paarabéns, Ronildo, pelo seu trabalho! Você, com simplicidade, expôs clara e objetivamente as ideias e intenções de uma das obras mais instigantes de Carlos Mesters. O bom é que deperta e soa como um convite à leitura do livro. Saiba, comungamos, ipso facto, dos mesmos pricípios teológicos. Paz e saudações cordiais!

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