A história, o orador, o deus assassino e a fralda de boca.

09/04/2013 08:34

 

    Quando se começa a estudar a história da igreja, encontramos nessa história momentos que são tensos, onde a igreja que deveria ser canal da graça de Cristo se torna um mero joguete na mão da ira de um deus tirano que prefere ver pessoas mortas, por não se vestirem do padrão determinado pelos clérigos a ter que ver pessoas salvas que não se enquadram nesse padrão criado.

    Neste tempo, matar em nome de Deus era justificável, tendo em vista que o que o ser Humano merecia, caso não cumprisse os pre-requisitos da salvação construída pelos “chefes” da igreja.

    O que se pensa sobre a história é que a medida em que o tempo passa, há uma evolução nos conceitos e pensamentos a cerca da vida do ser humano, todavia, há ainda algumas pessoas que insistem em nos fazer pensar ao contrário, e, por mais absurdo que possa parecer encontram ouvidos que estão dispostos a ouvir e por em prática o que ouviu.

    Há oradores, que se auto-intitulam representante de Deus, que parecem ter vontade de que os tempos das cruzadas retornem. Isso pode ser observado ao analisar algumas de suas falas, carregadas de um deus que não fecha contas com o Deus da Graça que salva de graça e pela Graça.

    Ouvir e aclamar a fala de quem diz que determinada pessoa foi morta por Deus, pois ensinava palavrões às crianças, é ouvir e aclamar a voz do passado, que julgava, condenava e matava pessoas pelos motivos mais insensatos. Ouvir isso da boca de quem vive no presente século e não nos tempos da inquisição é pior ainda.

    Entre em cena, então, o deus assassino, que não suporta ouvir criancinhas repetindo palavrões (como se elas nunca tivessem aprendido esses palavrões em outras fontes, muitas vezes com seus próprios pais), e numa ação cinematográfica, envia um anjo assassino, que vira o manche do avião para o lado errado para que os professores de palavrão paguem com sua vida pelo erro cometido. E o piloto? Ele não ensinava palavrão às crianças, por que ele teve que morrer? Ah, ele era só uma peça insignificante no plano do deus assassino.

    Mesmo com essa desvirtuação do papel da igreja, ate mesmo um dos maiores inquisidores, Bernardo Guy, nos seus quinze anos de pronunciamento como inquisidor, das novecentos e trinta sentenças que proferiu, houve cento e trinta e nove absolvições, centro e trinta e duas penitências canônicas, cento e cinquenta e duas pessoas foram obrigadas a fazer peregrinações, trezentos e sete foram presas e outras quarenta e duas pessoas tiveram seus julgamentos transferidos para a esfera secular. Esses dados, de maneira nenhuma, servem para justificar inquisição, mas dá uma mostra de que há mais do espírito inquisidor nas igrejas modernas do que pensamos que exista.

    No mundo moderno, quando temos filhos, já não usamos as antigas fraldas de pano. Usar fralda descartável é o que se tem de melhor, tanto para a mãe quanto para o bebe. As propagandas de fraldas descartáveis priorizam a ideia de que a fralda melhor é aquela que não deixa vazar o xixi, mas todos nós sabemos que não é somente esse o produto dos bebes. Desta forma, uma boa fralda não deixa vazar também as fezes do bebe.

    Sei que vou causar uma sensação de “Dejá Vu”, mas há oradores, que se auto-intitulam representante de Deus , que deveriam usar uma fralda descartável na boca para evitar que seus excrementos verbais vazem o tempo todo. Essas fraldas “anti-cacas” verbais devem deixar o falante respirar, mas não deve deixar de forma alguma que o que saia de suas bocas seja parecido com o que sai dos seus canais retais.

    Acredito acima de tudo, em um Deus que é Justo, mas que na sua justiça entende que não seria justo olhar para um homem imperfeito e deixar que ele morra, sem lhe proporcionar a saída da graça para sua vida sem graça.

Comente sobre o artigo: A história, o orador, o deus assassino e a fralda de boca.

Nenhum comentário foi encontrado.

Novo comentário